Para acabar com a tuberculose e proteger os seus cidadãos, Angola tem vindo a intensificar as acções de combate à tuberculose, o que resultou numa melhoria significativa da cobertura da rede de atendimento em 2018, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com o Secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa, a tuberculose representa a 3ª principal causa de morbilidade e mortalidade no país, o que requer a participação de todos para a sua eliminação.
“A tuberculose não é apenas um problema de saúde pública, é também um problema de pobreza. O governo considera a sua eliminação uma prioridade e uma oportunidade para o desenvolvimento social e económico do país,” afirmou Carlos Pinto de Sousa, não se sabendo se a ligação da tuberculose à pobreza é, ou não, mais um capítulo da tese do general João Lourenço que visa provar que o MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500.
Apesar dos esforços em curso, Angola encontra-se entre os 20 países mais afectados pela tuberculose a nível mundial, com uma média anual de 65.000 novos casos de tuberculose nos últimos cinco anos. Vários desafios permanecem, especialmente em regiões como Benguela, Namibe e Luanda, onde as taxas de incidência e prevalência continuam a ser mais elevadas do que a média nacional.
Estes dados sublinham a urgência de uma acção colectiva para combater a actual epidemia de tuberculose e salientam a necessidade de esforços conjuntos e sustentados para acabar com a tuberculose em Angola através de acções coordenadas, tais como a intensificação das medidas de prevenção e tratamento, particularmente em áreas críticas, mantendo ao mesmo tempo um esforço global para reduzir o fardo da tuberculose em todo o país.
Para acelerar a acção e acabar com a tuberculose, a OMS apoiou a revisão do Plano Estratégico Nacional para a Tuberculose 2018-2022 e a elaboração de um novo Plano Estratégico para a Tuberculose (PEN TB 2023-2027). Esta intervenção está em consonância com a declaração política dos Chefes de Estado e de Governo e dos representantes dos Estados e Governos sobre o “compromisso de acabar com a epidemia de tuberculose até 2030”, assinada na segunda reunião de alto nível das Nações Unidas sobre tuberculose, realizada em Setembro de 2023.
O representante interino da OMS em Angola, Yoti Zabulon, disse que é necessário continuar a trabalhar em conjunto para desenvolver abordagens inovadoras para chegar às populações vulneráveis e garantir que tenham acesso aos cuidados e à gestão de qualidade da tuberculose.
“A OMS felicita Angola pela expansão da rede de serviços de tuberculose para acabar com esta doença. Acreditamos que o compromisso político demonstrado pelo governo, aliado a futuras medidas rápidas, como o aumento do investimento, a adopção de inovações e as novas recomendações da OMS para a eliminação da tuberculose, bem como o reforço da colaboração multissectorial e entre países, podem acelerar a resposta à doença, salvando milhões de vidas dos nossos cidadãos.”
A nível mundial, a tuberculose é a segunda principal causa de morte infecciosa, a seguir à COVID-19. Todos os anos, cerca de 1,3 milhões de pessoas perdem a vida e cerca de 10,6 milhões são afectadas pela doença.
Este ano, o Dia Mundial da Tuberculose, 24 de Março, foi celebrado sob o lema “Sim, podemos acabar com a tuberculose”. Apela a uma acção acelerada e a uma reflexão sobre os progressos alcançados e os desafios que se colocam aos nossos esforços para eliminar a tuberculose como uma ameaça à saúde pública.
Em Angola, o Dia Mundial da Tuberculose foi assinalado com um workshop nacional sobre a tuberculose e outras actividades em muitas províncias, com a participação de vários parceiros estratégicos na luta contra esta epidemia.
No dia 24 de Março celebra-se o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data criada em 1982 pela Organização Mundial da Saúde homenageia o anúncio (há mais de 100 anos) do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de Março de 1882, pelo médico Robert Koch. Apesar dos milhões de vidas salvas no mundo por meio de diagnóstico e tratamento efectivo, a tuberculose está entre as doenças infecciosas que mais mata.
Segundo o pneumologista brasileiro do Hapvida Saúde, Jorge Benevides, é importante reforçar que: “Se o tratamento for interrompido, pode levar à necessidade de troca de medicamento para um mais forte e um prolongamento da terapia por um ou até dois anos”.
A tuberculose é uma doença causada pelo bacilo de Koch, que destrói o pulmão, podendo ser disseminadas para outras partes do corpo, tais como ossos, meninges, órgãos genitais e rins. Nos infectados, os sintomas mais frequentes são a perda de peso, revelando um emagrecimento, febre baixa, que se apresenta mais ao fim do dia, tosse que se estende por mais de três semanas. “Entretanto, alguns pacientes não exibem nenhum sintoma perceptível da doença, mas apresentam fraqueza e cansaço excessivo, que também devem ser avaliados por médicos”, pondera o pneumologista.
O tratamento da tuberculose é feito à base de antibióticos e é eficaz desde que seja feito correctamente, sem abandonar os cuidados necessários ou a medicação. “Alguns pacientes sentem os efeitos colaterais da medicação e apresentam enjoos, indisposição e mal-estar geral, mas, ainda assim, é fundamental que o tratamento não seja interrompido. Seguindo correctamente as orientações e cuidados da terapia, em seis meses obtém-se cura total”, reforça Jorge Benevides.
Alguns grupos estão mais vulneráveis a adquirir a doença, tais como portadores de doenças que debilitem o sistema imunológico (imunodeficiências) e pessoas que sejam dependentes de álcool ou outras drogas. Indivíduos que apresentem quadros de desnutrição também são consideradas grupos de risco. Por isso, algumas medidas de prevenção são fundamentais para evitar a doença.
A primeira das recomendações de prevenção seria fazer a vacina da tuberculose (BCG) até aos 30 dias depois do nascimento, ou o mais rápido possível durante a infância. De acordo com o especialista, hábitos de vida mais saudáveis também são formas de prevenção.
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